segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Lições de nenenzês


O terceiro mês de Luca trouxe várias novidades, mais do que o primeiro e segundo juntos. É bacana perceber como ele interage mais e presta mais atenção ao que acontece à sua volta. E cada  vez que algo lhe chama a atenção, lá vai a mão pra boca... Parece que é o jeito que ele tem de demonstrar que está experimentando algo novo, rsrsr... Bom, tudo bem que de vez em quando é só fome mesmo.

Nesse mês, investimos na idéia de que a rotina faz muito bem aos bebês, e a coisa tem dado certo. Depois do pacto do mês anterior para a ginástica da mamãe, passamos a ter horários mais ou menos regulares para acordar, tomar banho e brincar no tapetinho de atividades, aquisição mais que bem sucedida para essa fase, na qual qualquer estímulo que tenha cores ou sons deixa o bichinho vidrado.

Então, após a mamada matinal, fazemos exercícios, seja no parque, seja a  caminhada aqui por perto de casa, e sempre rola uma soneca no carrinho, uma delícia. Ao retornar, ele fica brincando no dito tapetinho enquanto eu tomo um banho e faço um lanchinho para repor as energias – registro que nem sempre essa última parte eu consigo fazer sem ele no colo... e mamando.

E de brincadeira em brincadeira, Luca está quase se virando, para tentar alcançar alguns objetos que estão no tal tapete. E anda ficando muito bravo porque ainda não conseguiu completar o movimento... Mas se assusta se eu o faço virar. Quase todo dia eu o coloco de bruços para fortalecer a musculatura das costas e o avanço é impressionante. Nos últimos dias ele parece um pavão, de tanto que levanta a cabeça quando está de barriguinha pra baixo... E de vez em quando ele já se desvira sozinho, não sem tomar um bom susto por causa disso também, rsrsr... mas tudo bem, porque se ele chora, sempre tem o colinho da mamãe bem rapidinho para acalmá-lo...

Ele já anda tentando pegar alguns objetos, interage com os bichinhos, mas reclama muito porque suas mãos ainda não obedecem suas vontades... mas fez avanços esse mês, e alguns objetos, por vezes, já chegam até a boca. Os pés foram a grande descoberta do mês: passamos algumas tarde e outras madrugadas tentando entender o que é aquilo que parece uma mão, mas que fica mais longe e ele ainda não consegue por na boca... 

Nosso personagem agora também é professor: ministra, diariamente, aulas de nenenzês, através de sons, grunhidos, tons agudos e muitos outros. Vamos tentando acompanhar e, quando acertamos a lição, Luca responde dando risada, fazendo barulhinhos, balançando o corpo todo e dando uns impulsos pra trás que ai de quem não estiver atento... Ah sim, ele já não está mais gostando dessa idéia de ficar o tempo todo deitado. Até no tapetinho o prazo de validade tem diminuído. Aí, se colocamos várias almofadas, ou um encosto na almofada de amamentação, ele já fica sentadinho, muito atento olhando slides de fotos no computador ou então assistindo Discovery Kids e os canais de notícias, seus preferidos...

Quando vai chegando perto do almoço, Luca toma banho, de balde, se preparando para a soneca da tarde. O tempo dessa soneca varia muito, e tem semana que dura umas boas 3 horas, e aí ele acorda, mama e descemos pra um solzinho... Outros dias, dura uma hora, ele mama e dorme na sequencia, numa soneca meio picada, e outros dias, dorme hora nenhuma, chegando ao limite da irritação no fim do dia porque não pregou o olho... Definitivamente, Bolota puxou à mãe...

No que tange ao amor pelo banho, a coisa não foi inata, não. Luca aprendeu a gostar de entrar na banheira mesmo só esse mês, pois no começo ele não curtia muito. Assustava bastante, talvez pela insegurança dos pais inexperientes em segurar o menino todo escorregadio – no primeiro mês eram os dois pra dar banho nele!.... E a gente não forçava muito, até porque no começo ele só queria saber de mamar e dormir. Então fomos deixando ele indicar pra gente a necessidade dele. Mas antes que nos acusem de estarmos criando um cascãozinho, quero deixar claro que ele nunca passou mais de dois dias sem ver a água na banheira... e entrar nela...

Hoje em dia, além do banho de balde, ele toma outro, mais à noite, na banheira, pra ir dormir limpinho e fresquinho. Exceto quando está com muita fome, muito sono ou algum incômodo muito forte, ele se diverte molhando o cabelo, o rostinho, a barriguinha e as dobrinhas, que se multiplicam a cada dia... tudo acompanhado de muita conversa no melhor nenenzês que eu aprendi a falar até agora...

Depois de cada banho, Luca tem direito a um vale-massagem, que ele utiliza quando está com paciência pra tal. Sim, porque tem dia que a agonia pelo peito é tanta que eu já agradeço se consigo vesti-lo antes dele abrir o berreiro... Mas quando rola, é uma delícia, pra ele e pra mim, que tenho uma ótima desculpa pra ficar pegando naquele corpinho todo gordinho e gostosinho...

Bem, não me perguntem como, mas de uma hora pra outra parece que Boluca virou um polvo, pois adquiriu muito mais braços e pernas do que tinha quando saiu de dentro de mim... mexe todos ao mesmo tempo e é uma dificuldade pra conseguir limpá-lo quando vamos trocar a fralda e, pior, colocar a fralda limpa, porque tem vezes que o guri ‘trava’ as pernas e é impossível fechar a dita cuja desse jeito... Ele também costuma entrar em modo polvo quando está mamando, e é uma agitação tão grande – com direito a gritinhos mais ou menos irados, a depender do momento – que o bichinho nem consegue sugar o peito direito. Quando isso acontece, das duas uma: ou precisamos de uma pausa para o arrotinho, ou o sono pegou de  verdade... geralmente são as duas coisas juntas...

Ao fim do dia, os encontros com o papai quando ele chega do trabalho são momentos de excitação pura. Geralmente Edu chega no fim do banho ou já na hora da mamada antes de dormir, e aí quando ele se senta ao meu lado no sofá, Boluca não sabe se suga o peito ou se torce o pescoço pra ver o pai. Nessa horas, a gente sempre estica um pouco a hora de dormir, para eles poderem se curtir. Só não rola quando o cansaço tá muito grande... E quando Edu viaja? Ele não parece perceber a ausência do pai no dia-a-dia, mas o reencontro é marcante,  seja a hora do dia ou da noite que acontecer. Ainda que às vezes Eduardo não acredite, eu que passo o dia todo com ele, me impressiono com o vínculo existente entre eles.

Bem, mas apesar da rotina que temos tentado seguir mais ou menos à risca, sempre tem os imprevistos. Esse mês ele bagunçou o coreto algumas vezes, ficando sem dormir duas noites seguidas, história que eu contei em “Uma rave sem aviso prévio”. Depois passou algumas noites acordando duas ou mais vezes de madrugada pra mamar – coisa que só tinha acontecido durante as primeiras semanas -, deixando a mamãe aqui profundamente irritada e sem paciência, não com o neném, claro, mas com a privação de sono, que me deixa desnorteada mesmo... Mas já passou e esse mês ele tem dormido super bem, média de 8 horas seguidas. Outro dia nos agraciou com uma noite completa: foi dormir de noite e só acordou de dia.

No mais, Luca tem saído bastante para conhecer o mundo, quase sempre agarradinho na mamãe, dentro do sling. Acho que essa deve ser uma invenção quase tão antiga quanto ter filhos e nós, mulheres ocidentais, só estamos adotando-a pra valer agora. Além de ser uma delícia ficar coladinha no seu bebê, o sling nos deixa com as mãos livres para fazer outras coisas. Já cansei de andar com ele pendurado dentro de casa, quando ele estava nos dias mais difíceis,  e fazia mil coisas com ele amarrado em mim, inclusive comer.

Tal qual o banho, o gosto pelo sling não é inato (apesar dele ficar quase na mesma posição de quando estava na barriga), e foi preciso ir introduzindo o artefato aos poucos... Primeiro quando estava dormindo, depois passeando dentro de casa mesmo, até ganharmos, juntos, o mundo. Hoje ele adora, exceto quando está com fome, porque aí o cheiro do leite deve ser uma tortura pro bichinho... ou quando está com sono, porque com sono ele não gosta de nada mesmo... Já falei que ele é igual a mamãe nesse quesito? Enfim, e o carrinho mesmo só usamos quando vamos comer fora, para ele ter onde ficar enquanto a gente come – já que ainda não sabe sentar – e durante a ginástica da mamãe que, diga-se de passagem vira uma verdadeira corrida com obstáculos tamanha a falta de qualidade de nossas calçadas...

Nessas andanças, Boluca já conheceu um bocado de tios e tias e até ao cinema já fomos juntos, assistir Os Smurfs, no projeto Cinematerna, do Cinemark, que rola em várias cidades do Brasil. e não é que ele prestou a maior atenção no filme? Não todo, é claro, mas me surpreendeu. Eu é que achei trampo demais ir só com ele, e acho que vou de novo se estiver muito a fim de ver o filme da sessão, ou se Edu estiver junto.

De toda forma, é muito engraçado ver como em dias assim, de lugares e pessoas novas, ele capota depois que chega em casa. Deve ser o jeito dele de processar tanta novidade. Ele ainda não interage muito, mas salta aos olhos de todos como ele é um menino compenetrado, que  fica encarando tudo que é novo. Olhos esbugalhados, bicão e, de vez em quando, um sorriso.

Bom, por fim, esse terceiro mês trouxe também a capacidade de imitar alguns barulhos que a gente faz pra ele e, o mais gostoso, a primeira gargalhada... boquinha aberta e risonha, olhinhos fechados e muita excitação...  quando a gente ri junto, ele para e olha sério. Hahahaha... Com o fim do primeiro trimestre de vida, está vindo também a consciência de que não mora mais numa barriga... a transição não está sendo fácil e o remédio tem sido muito peito, muito colo e muita paciência, pra que a coisa flua bem e ele supere esse momento. Então nem preciso dizer que as reclamações também andam mais enfáticas e potentes. Boluca não economiza quando quer mostrar sua insatisfação com alguma coisa, dando os primeiros sinais de sua personalidade... Basta ser contrariado naquilo que estava esperando ou desejando que acontecesse, que a gritaria é certa. É... e para bom entendedor, meio grito é suficiente...

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