sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Enquanto o Seu Sono não vem...

Nosso protagonista entrou o mês com quase 7 kg de pura gostosura, com coxas que dá vontade de comer... Desde que nasceu, Luca praticamente dobrou seu peso e cresceu quase 10 cm, só com o leitinho da mamãe. Pra carregá-lo pra lá e pra cá, só com muita malhação, já que no sling anda um pouco difícil de ficar, porque o tempo não está ajudando e Boluca é pra lá de calorento, acho que mais até do que o pai...

A mãe de primeira viagem aqui, com medo da ventania no Parque da Cidade nos dias de ginástica, outro dia quase que frita o garoto, agasalhando-o como se fossem os dias mais frios de julho... Claro que o menino chiou, e não foi baixo, mas eu nem me toquei. Foi preciso as outras mães cantarem a bola até eu me convencer que precisava mudar o guarda roupa do guri... Nem a gritaria no carro, na hora de voltar pra casa, tinha me feito perceber que alguma coisa podia estar errada com as roupas dele... Agora, todo dia procuro uma sombra bem grande pra parar o carro e não deixar a cadeirinha dele fervendo, e logo que chegamos em casa, largo ele só de fralda brincando enquanto tomo um banho. E, claro, como ele já perdeu mais da metade das roupas que ganhamos e compramos para o seu nascimento, saímos pra comprar novas peças... as mais baratas, e em pouca quantidade, porque pra perder não demora muito...

Do terceiro para o quarto mês, muita coisa mudou. Já tinham me dito que esse era um momento particularmente intenso, mas só vivendo para saber. Luca entrou numa fase desafiadora justamente nesse período. Seu HD anda processando tudo em altíssima velocidade, e a grande mudança do período foi começar a conseguir agarrar o que antes só observava, e a se dar conta do mundo e das pessoas à sua volta.
Ele anda mais interessado em olhar pra gente, e interrompe com facilidade a mamada só pra ficar me encarando, silencioso e sério... aí abre o sorrisão banguela e eu ganho o dia... No espelho, ele começa a dar sinais de interesse na própria imagem também, e já deu até um sorrisinho, bem tímido. Outra novidade foi ele se interessar por bebês. A gente sempre vai na pracinha aqui do lado do prédio e ele nunca nem tchum pras outras crianças... Outro dia, com o filho de 9 meses da vizinha, foi sorriso pra lá, conversa pra cá, uma farra... espontâneo e imprevisível... Assim são os bebês, estou aprendendo mais a cada dia...

Com tanta informação na cabeça do bichinho, o resultado foi um mês pra lá de agitado, de muito choro e demanda por peito, colo e atenção, e noites com muitas interrupções. A coisa melhorou ao longo do mês, mas as coisas mudaram bastante por aqui... Pra piorar, o clima desértico de Brasília nessa época deixa qualquer um de nós com a garganta e o nariz ‘arranhados’. Ou seja, com mais sede. Luca andava acordando todo incomodado, quase como se estivesse com pigarro... Tudo bem que no finzinho do mês a chuva caiu, mas ainda é pouco pra tantos meses de seca... Aí já viu, junta tudo e quem paga o pato é o sono, meu e dele, que não andou lá essas maravilhas...

Aliás, foi o contrário de maravilha. Se até o terceiro mês ele vinha dormindo cerca de 8 horas seguidas, num piscar de olhos, isso virou exceção... Nem preciso dizer que eu e Eduardo andamos um tanto acabados com essas maratonas notívagas do nosso personagem. Acordando muito pra mamar, mas também pra ganhar um dengo... Eu pedi penico algumas vezes, que se não é o pai para segurar a onda, surtaríamos mãe e filho. Bom, basta dizer que esse mês foi a primeira vez que senti vontade de acender um cigarro desde que engravidei – e não foi só uma vez. A idéia que sempre ouvi falar de que o aniversário de um ano é uma comemoração da mãe, e não do bebê, nunca fez tanto sentido pra mim... Sobreviver a ele é uma prova de fogo... e ainda nem chegamos na metade, hein...

Outra coisa que começou a fazer sentido esse mês pra mim foi a tal história dos picos de crescimento e desenvolvimento. Quando eu estava grávida, absorvi muita informação sobre a gestação e o parto, mas também busquei entender algumas coisas sobre recém nascidos. Nada que se compare com a prática, mas uma das coisas que eu li, e estou constatando ser a mais pura verdade, é que os bebês crescem e se desenvolvem aos ‘saltos’, com períodos em que o cérebro trabalha mais, e adquirem novas habilidades, e épocas em que a demanda por leite é mais intensa, resultando num crescimento e num ganho de peso repentino. Saltinho looongo esse... e dizem que vem mais por aí.

Com ou sem saltos, Luca vem explorando como nunca seu mundão novo, e percebendo que pode fazer várias coisas que não sabia antes. Desde o primeiro mês, sempre achei que Luca era mais ‘durinho’ que outros bebês de sua idade, o que era confirmado pelos comentários de outras mães. Deixei de carregá-lo deitado logo que ele completou um mês e atualmente, ele fica no colo todo retinho, e a cabeça já não fica pendendo prum lado e pro outro. Quando damos os dedos pra ele segurar, ele dá impulso e se senta. Se o colocamos na almofada de amamentação, com um apoio nas costas, ele já consegue dar um impulso pra frente e ficar ‘sentado’, ou tentando agarrar algum objeto que esteja por perto. Ainda vai demorar um tempo pra esse movimento dele se completar, e ele sentar sem nenhum apoio, mas é um barato ver a ousadia dele...

O garotinho também anda achando que pode ir pra onde quiser agora. Quando está no trocador, se não ficamos de olho, lá está ele rolando de um lado pro outro, tentando se esborrachar no chão... Aí ele aprendeu que pode dar impulso com o pé usando a parede, não sei exatamente pra que, mas ai de mim se não fico de olho... No trocador também ele tem curtido fazer cocô e xixi, particularmente quando é o pai que se propõe a trocar a fralda. Ainda estamos tentando descobrir porque dessa fixação, e se tem alguma relação com o fato de que as golfadas e os vômitos também sempre são em maior quantidade quando está no colo do Edu...

A busca por se virar, porém, seguiu incansável ao longo de todo o mês. Seja no trocador, no tapetinho, e até mesmo no berço é um barato o corpo dele pendendo pro lado tentando alcançar algum objeto ou então virar de bruços. Deitado no tapete, brincando, ele consegue girar uns trocentos graus em questão de minutos, enquanto tenta se virar, chegando a sair da área do tapete se a gente não fica de olho. E eis que nos últimos dias desse mês, ele completa o movimento sem ninguém ver? Estamos eu e Eduardo sentados no sofá conversando e ele brincando no tapete. Quando eu espicho o corpo pra dar uma olhada, o guri tá lá, de bruços, quietinho, sem chorar, sem reclamar... Fiquei com uma raiva, mas eu já sabia que era questão de tempo, pois o menino tava parecendo um contorcionista... agora que começou, também não para mais.

Então, apesar do nosso cansaço, a gente se diverte com a alegria dele com as pequenas coisas que vão acontecendo a cada dia... como a descoberta de que o peitinho e suas mãos não são as únicas coisas que podem ser levadas à boca... um dia é a borboleta, outro o leão, outro a girafa... de longe, o preferido de todos é o polvo, talvez porque suas pernas sejam fáceis de agarrar, e o tecido deve pegar bem nas suas papilas gustativas, por não ter pelinhos... rsrsr... Ah, sim,  não são exatamente só os brinquedinhos coloridos que compramos pra ele que interessam mais, mas sim o computador, o celular, o controle da TV, uma fruta que a gente leve à boca... ou seja, tudo o que papai e mamãe pegam, ele quer pegar também... E, cada dia que passa, o movimento de buscar com a mão vai ficando mais consciente, no melhor estilo “me dá!”....

A exploração dos pés também seguiu firme e forte esse mês. Ele não pode ver um pé, seja o dele, desenhado ou de brinquedo, que fica fixo na idéia de pegá-lo. E algumas vezes já consegue, quando está sentado, ou no colo da gente. E fica lá, babando o dedão todo dele, parece que tá chupando um picolé... Só não entendeu ainda que pra por na boca é mais fácil se ele estiver deitado. Mas como tudo na vida dele, é questão de tempo.

Ah sim, nosso pequeno começou a mostrar suas preferências, e tem horas que não curte de jeito nenhum a posição de decúbito dorsal (o  famoso deitado de barriga pra cima, rsrsr)... Então eu gosto de colocá-lo sobre a minha barriga, pra ficar brincando com seus pés, enquanto ele dá risada dessa nova vista. Aí, de vez em quando, ele dá um impulso pra frente e fica de bruços. Se é em cima de mim, já sai procurando o peitinho, claro...

Bom, e acho que tantas atividades novas devem dar muita fome, porque o bichinho anda mamando como nunca... Além de estar sugando com mais força, e uma quantidade maior de leite por vez, tem acordado mais vezes querendo mamar (a gente até tenta enganar com a chupeta, mas não tem conversa). Outra noite, botei ele na nossa cama e ele passou a noite inteira pregado no peito... um verdadeiro piercing de mamilo. Ainda bem que meu corpo tem correspondido à demanda e o leite não  tem faltado.

As aulas de nenenzês seguem firme e forte, com Luca inventando novos sons a cada dia, praticando-os repetidamente. A onda agora é ensina-lo a mandar beijo. Ele adora quando ouve o som estalado, e até já  tentou praticar um pouco, mas ainda  tá fraco. Com estranhos ele também ainda fica um pouco tímido, e se solta mesmo com o papai e a mamãe, que suam a camisa para aprender o novo idioma... E tapem os ouvidos, porque nosso protagonista agora descobriu que, além de garagalhar, pode gritar. E que gritar não precisa ser necessariamente uma reclamação, pode ser pra mostrar alegria. E, quando o papai liga o rock’n roll no iPod, o menininho fica loooouco de tanta excitação...

As aulas de ginástica também seguem sem vacilar e, se a pança de Boluca aumenta a cada dia, a da mamãe aqui começa a dar tímidos sinais de que vai se recolher... Apesar das noites insones, esse mês consegui até passar uma manhã no salão, fazendo banho e tosa completos, coisa que fiz pela última vez ainda com a pança proeminente... É, quem me conhece sabe que não sou muito vaidosa, nem frequento salão toda semana, mas imaginem minha situação depois de 4 meses sem um tapa no visual... Luca ficou numa boa com o papai, sem chorar nem reclamar (muito). Claro que quando me viu só queria saber de quê, de quê, de quê? Peitinho, é claro...

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