O nono mês de Luca foi um mês de muitas
transformações. Para além da nova rotina, iniciada no mês passado com meu
retorno ao trabalho, e sua ida à creche, Luca, quase no dia de completar seus
oito meses, ganhou seu primeiro dentinho, e em menos de uma semana, o segundo
também apontou. Não demorou muito pra ele começar a coçar a gengiva novamente e
estamos na expectativa do terceiro e quarto para qualquer momento...
Eu não tinha dado o devido valor para essa
história dos dentes até eles aparecerem. Mas entendi que se trata de uma mudança
significativa. Para além de ampliar seus horizontes alimentares e, por que não,
gastronômicos, acho que indica uma espécie de maturidade, de rito de passagem
da vida de recém nascido, para bebê, para criança. Legal isso ter acontecido
justo na entrada do nono mês, que simboliza uma outra questão, que é o tempo
que ele tem de vida dentro e fora da barriga. Ou seja, a partir de agora, ele
passa a ter mais tempo fora do que dentro. E isso não é pouca coisa, eu acho. Mas
outra hora reflito sobre isso.
Dos dentes, Luca já se deu conta, já
entendeu que tem uma coisa diferente dentro da boca dele, e fica passando o
dedo nas serrinhas diariamente, sentindo esses novos objetos que agora fazem
parte dele. Com isso, estamos começando a diversificar nas refeições, e a
comida já vai vindo menos em formato de papa e com mais pedaços. Já oferecemos
pra ele pequenos pedaços de fruta e uma banana já é oferecida para ele morder.
E se engana quem pensa que ele não sabe o que fazer. Sabe, e faz com vontade.
Uma das grandes e divertidas novidades foi
quando, num churrasco, mininu não queria comer de jeito nenhum a comidinha que
preparei com tanto amor, carinho e tempero pra ele. Não aceitou fruta e mal e
mal topou um peitinho. Mas quando viu a picanha saindo da grelha direto pras
nossas bocas, a cara dele não deixava dúvida do que tinha que ser feito:
primeiro ele ficou chupando um pedaço grande. Quando eu percebi que ele estava
quase abocanhando a carne da minha mão, piquei em pedaços pequenos e lá foi
ele, pro seu primeiro churrasco na vida.
Nas lições de nenenzês, Luca já está no
módulo avançado: além do mã mã mã mã mã, que pode ser pra mim, pro Edu, ou pro
peitinho, a depender do contexto, novas sílabas vão sendo articuladas por ele,
nas mais variadas entonações. Ele já sabe chamar nossa atenção, e tem diversas
formas de fazer isso que não apenas chorando. Faz barulhos com a boca, passa o
dedo no lábio produzindo som... e tudo tem um significado, que ninguém tenha
dúvida disso. Ele já compreende algumas coisas que falamos, pelo som das palavras
ou ritmo da pronúncia. O que é um “não” ele já sabe muito bem. E sabe também
ignorar quando a gente fala isso pra ele. Mas também vejo ele nos obedecendo
várias vezes. Engraçado é que em alguns momentos parece que o impulso de fazer
algo que não queremos que ele faça é mais forte que o entendimento que ele tem
de que deve obedecer. É como se ele dissesse “mamãe, eu sei que não pode, mas é
mais forte do que eu”. Então eu procuro ter paciência e ceder quando parece
razoável, afinal, ele está apenas querendo descobrir o mundo que o cerca.
A adaptação na creche, como já contei no
post passado, foi maravilhosa, e ele segue muito bem durante a semana por lá,
encantando a todos e bagunçando o quanto pode. Outro dia, na agenda dele, a
educadora escreveu algo assim: “mamãe, gosto muito da creche, pois posso
brincar com meus amigos, e tenho bastante espaço na sala, ONDE EU MEXO EM
TUDO”. É, esse é o Luca, muito prazer...
Ele sempre faz um charme pra se deixar
levar pelas educadoras de lá, não quer sair do meu colo, mas chorar mesmo nunca
rolou. Acho que ele curte estar num espaço amplo, onde ele pode brincar
bastante. Ser bem cuidado claro que ajuda um bocado, e saber que eu sempre
volto pra busca-lo é essencial... E quando eu chego, que ele está no chão
brincando, é só ouvir minha voz que sai correndo – engatinhando – pra grudar
nas minhas pernas e tentar mamar o meu joelho... Quando chega o fim de semana,
então, o grude é total, que muda até a alimentação, pois ele só quer saber de
peito. Eu nem reclamo, porque morro de saudade também. Então a gente aproveita
mesmo e ele cai de boca.
O que continua um impasse é o sono. Seja
porque se trata de uma fase de muitas mudanças pra ele, seja porque se
acostumou em ter o peito e o colo todas as madrugadas, seja porque o dente
incomoda, ou um resfriado qualquer também atrapalha, fato é que as noites
seguem bem movimentadas. Nunca sei ao certo como elas serão, ele
definitivamente não me dá nenhuma pista. Por isso, e por termos chegado num
limite, estamos num processo agora de ensiná-lo a dormir, sem o peito, e sem o
colo, no berço mesmo. Na maior parte das noites ele tem aceitado muito bem
isso, tanto comigo como com o Edu. Parece que, diferente de meses atrás, quando
coloca-lo acordado no berço significava choro na certa, ele agora entende o que
é dormir, e se deixa levar porque se sente cansado. E se percebe que ficamos por
perto, que não ficará sozinho, a transição é quase sem reclamação. Tenho muita
esperança de que no próximo mês eu tenha um novo panorama pra contar por
aqui...
Bem, para além disso, nós que achávamos que
ele ia andar cedo etc. e tal, estamos enxergando a coisa de um prisma
diferente. Luca é um menino um tanto precoce, considerando que com 5 meses já
conseguia sentar e com 6 começou a engatinhar. Com 7 ficava de pé e com 8 já
adquirira pleno equilíbrio, se levantando sem nenhum apoio. Ele de vez em quando
gosta de brincar de caranguejo e ficar andando de lado apoiado no sofá ou na
estante de livros – seu lugar preferido da casa! -, mas não tenta maiores
deslocamentos sobre duas pernas. Tem investido e aperfeiçoado seu engatinhar, fazendo
isso inclusive com uma certa velocidade, a depender do lugar onde quer ir ou
que quer alcançar ou fugir... Então, já ganhou sapatos para ir pra creche
e para sair de casa, porque curte ficar de pé, mas percebemos que ele não está
com muita pressa de se tornar um bípede.
Esse mês, felizmente, o ritmo de ganho de
peso diminuiu, e ele estabilizou um pouco nos quilogramas e deu uma espichada
no comprimento. Não sabia como ia fazer pra carrega-lo se continuasse
engordando do jeito que vinha acontecendo, hehehee... mas ele continua um guri
forte e saudável, comendo muito bem na creche e mamando como sempre mamou,
desde o dia em que nasceu.
Um último acontecimento que eu não poderia
deixar de registrar foi ter notado o apego dele com o Eduardo. Dizem que bebês
não prestam atenção nos pais, sei lá, até os 2 anos, mas com Luca não foi
assim. Eles sempre se deram bem, e eu sempre saquei que Luca não era
indiferente à presença do pai. Quando Edu viaja por muitos dias a trabalho, dá
pra perceber que bagunça um pouco a rotina dele, o que fica ainda mais claro no
dia que o pai retorna. Mas esse mês a coisa ficou até engraçada, de tão
visível. Edu até apelidou mininu de “velcro”, tamanho o grude... Edu não podia
sair de perto assim, sem mais, nem menos, que neném já protestava. Se estava
com ele no colo, e por algum motivo tenta me entregar, ele se encolhe todo e
não quer sair. Se sou quem chego com ele no colo perto do pai, ele já estende
os bracinhos e pega no peito do Edu. Coisas que inicialmente ele só fazia
comigo, agora divide com o pai, exigindo o mesmo tipo de atenção de ambos. Eu tenho
quase certeza que se pudesse, Luca pegava o peito do Edu pra mamar também... Mas
vou dizer, brincar, pedir colo, grudar, tudo bem... mas o peitinho... aí ia
rolar ciúme, e forte... heheheh...
muito lindo o seu bebê, muito linda a sua escrita, muito linda a sua família. que sorte tem o Lucas, em te-la como mamãe.
ResponderExcluiroi Lucia, obrigada! Como ficou sabendo do blog? beijos
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