quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

As transições – e o grude – dos 9 meses




O nono mês de Luca foi um mês de muitas transformações. Para além da nova rotina, iniciada no mês passado com meu retorno ao trabalho, e sua ida à creche, Luca, quase no dia de completar seus oito meses, ganhou seu primeiro dentinho, e em menos de uma semana, o segundo também apontou. Não demorou muito pra ele começar a coçar a gengiva novamente e estamos na expectativa do terceiro e quarto para qualquer momento...

Eu não tinha dado o devido valor para essa história dos dentes até eles aparecerem. Mas entendi que se trata de uma mudança significativa. Para além de ampliar seus horizontes alimentares e, por que não, gastronômicos, acho que indica uma espécie de maturidade, de rito de passagem da vida de recém nascido, para bebê, para criança. Legal isso ter acontecido justo na entrada do nono mês, que simboliza uma outra questão, que é o tempo que ele tem de vida dentro e fora da barriga. Ou seja, a partir de agora, ele passa a ter mais tempo fora do que dentro. E isso não é pouca coisa, eu acho. Mas outra hora reflito sobre isso.

Dos dentes, Luca já se deu conta, já entendeu que tem uma coisa diferente dentro da boca dele, e fica passando o dedo nas serrinhas diariamente, sentindo esses novos objetos que agora fazem parte dele. Com isso, estamos começando a diversificar nas refeições, e a comida já vai vindo menos em formato de papa e com mais pedaços. Já oferecemos pra ele pequenos pedaços de fruta e uma banana já é oferecida para ele morder. E se engana quem pensa que ele não sabe o que fazer. Sabe, e faz com vontade.

Uma das grandes e divertidas novidades foi quando, num churrasco, mininu não queria comer de jeito nenhum a comidinha que preparei com tanto amor, carinho e tempero pra ele. Não aceitou fruta e mal e mal topou um peitinho. Mas quando viu a picanha saindo da grelha direto pras nossas bocas, a cara dele não deixava dúvida do que tinha que ser feito: primeiro ele ficou chupando um pedaço grande. Quando eu percebi que ele estava quase abocanhando a carne da minha mão, piquei em pedaços pequenos e lá foi ele, pro seu primeiro churrasco na vida.



Nas lições de nenenzês, Luca já está no módulo avançado: além do mã mã mã mã mã, que pode ser pra mim, pro Edu, ou pro peitinho, a depender do contexto, novas sílabas vão sendo articuladas por ele, nas mais variadas entonações. Ele já sabe chamar nossa atenção, e tem diversas formas de fazer isso que não apenas chorando. Faz barulhos com a boca, passa o dedo no lábio produzindo som... e tudo tem um significado, que ninguém tenha dúvida disso. Ele já compreende algumas coisas que falamos, pelo som das palavras ou ritmo da pronúncia. O que é um “não” ele já sabe muito bem. E sabe também ignorar quando a gente fala isso pra ele. Mas também vejo ele nos obedecendo várias vezes. Engraçado é que em alguns momentos parece que o impulso de fazer algo que não queremos que ele faça é mais forte que o entendimento que ele tem de que deve obedecer. É como se ele dissesse “mamãe, eu sei que não pode, mas é mais forte do que eu”. Então eu procuro ter paciência e ceder quando parece razoável, afinal, ele está apenas querendo descobrir o mundo que o cerca.

A adaptação na creche, como já contei no post passado, foi maravilhosa, e ele segue muito bem durante a semana por lá, encantando a todos e bagunçando o quanto pode. Outro dia, na agenda dele, a educadora escreveu algo assim: “mamãe, gosto muito da creche, pois posso brincar com meus amigos, e tenho bastante espaço na sala, ONDE EU MEXO EM TUDO”. É, esse é o Luca, muito prazer...

Ele sempre faz um charme pra se deixar levar pelas educadoras de lá, não quer sair do meu colo, mas chorar mesmo nunca rolou. Acho que ele curte estar num espaço amplo, onde ele pode brincar bastante. Ser bem cuidado claro que ajuda um bocado, e saber que eu sempre volto pra busca-lo é essencial... E quando eu chego, que ele está no chão brincando, é só ouvir minha voz que sai correndo – engatinhando – pra grudar nas minhas pernas e tentar mamar o meu joelho... Quando chega o fim de semana, então, o grude é total, que muda até a alimentação, pois ele só quer saber de peito. Eu nem reclamo, porque morro de saudade também. Então a gente aproveita mesmo e ele cai de boca.

O que continua um impasse é o sono. Seja porque se trata de uma fase de muitas mudanças pra ele, seja porque se acostumou em ter o peito e o colo todas as madrugadas, seja porque o dente incomoda, ou um resfriado qualquer também atrapalha, fato é que as noites seguem bem movimentadas. Nunca sei ao certo como elas serão, ele definitivamente não me dá nenhuma pista. Por isso, e por termos chegado num limite, estamos num processo agora de ensiná-lo a dormir, sem o peito, e sem o colo, no berço mesmo. Na maior parte das noites ele tem aceitado muito bem isso, tanto comigo como com o Edu. Parece que, diferente de meses atrás, quando coloca-lo acordado no berço significava choro na certa, ele agora entende o que é dormir, e se deixa levar porque se sente cansado. E se percebe que ficamos por perto, que não ficará sozinho, a transição é quase sem reclamação. Tenho muita esperança de que no próximo mês eu tenha um novo panorama pra contar por aqui...

Bem, para além disso, nós que achávamos que ele ia andar cedo etc. e tal, estamos enxergando a coisa de um prisma diferente. Luca é um menino um tanto precoce, considerando que com 5 meses já conseguia sentar e com 6 começou a engatinhar. Com 7 ficava de pé e com 8 já adquirira pleno equilíbrio, se levantando sem nenhum apoio. Ele de vez em quando gosta de brincar de caranguejo e ficar andando de lado apoiado no sofá ou na estante de livros – seu lugar preferido da casa! -, mas não tenta maiores deslocamentos sobre duas pernas. Tem investido e aperfeiçoado seu engatinhar, fazendo isso inclusive com uma certa velocidade, a depender do lugar onde quer ir ou que quer alcançar ou fugir... Então, já ganhou sapatos para ir pra creche e para sair de casa, porque curte ficar de pé, mas percebemos que ele não está com muita pressa de se tornar um bípede.

Esse mês, felizmente, o ritmo de ganho de peso diminuiu, e ele estabilizou um pouco nos quilogramas e deu uma espichada no comprimento. Não sabia como ia fazer pra carrega-lo se continuasse engordando do jeito que vinha acontecendo, hehehee... mas ele continua um guri forte e saudável, comendo muito bem na creche e mamando como sempre mamou, desde o dia em que nasceu.

Um último acontecimento que eu não poderia deixar de registrar foi ter notado o apego dele com o Eduardo. Dizem que bebês não prestam atenção nos pais, sei lá, até os 2 anos, mas com Luca não foi assim. Eles sempre se deram bem, e eu sempre saquei que Luca não era indiferente à presença do pai. Quando Edu viaja por muitos dias a trabalho, dá pra perceber que bagunça um pouco a rotina dele, o que fica ainda mais claro no dia que o pai retorna. Mas esse mês a coisa ficou até engraçada, de tão visível. Edu até apelidou mininu de “velcro”, tamanho o grude... Edu não podia sair de perto assim, sem mais, nem menos, que neném já protestava. Se estava com ele no colo, e por algum motivo tenta me entregar, ele se encolhe todo e não quer sair. Se sou quem chego com ele no colo perto do pai, ele já estende os bracinhos e pega no peito do Edu. Coisas que inicialmente ele só fazia comigo, agora divide com o pai, exigindo o mesmo tipo de atenção de ambos. Eu tenho quase certeza que se pudesse, Luca pegava o peito do Edu pra mamar também... Mas vou dizer, brincar, pedir colo, grudar, tudo bem... mas o peitinho... aí ia rolar ciúme, e forte... heheheh...

2 comentários:

  1. muito lindo o seu bebê, muito linda a sua escrita, muito linda a sua família. que sorte tem o Lucas, em te-la como mamãe.

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    1. oi Lucia, obrigada! Como ficou sabendo do blog? beijos

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