quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Ano novo, vida (pra lá de) nova...


Luca começou 2012 – e o seu oitavo mês de vida – pra lá de agitado. Bem, é preciso admitir que o ano começou agitado também. Retornamos de uma viagem de férias bastante longa – foram 15 dias viajando por dois países e 3 cidades diferentes – que terminou com meu retorno imediato ao trabalho. Acho que ele nem tinha processado tanta novidade e bum!, já ficou sem a mamãe. Apesar de tê-lo deixado sob os cuidados do pai, não foi um dia muito fácil. Além de estar exausto, fico imaginando o que se passou por aquela cabecinha ao não conseguir me achar no seu campo de visão por tantas horas.

Edu, lá pelas tantas, me pediu pra voltar pra casa e, assim que consegui me liberar, fui correndo, claro. Quando chego, vejo dois meninos com cara de cachorro abandonado, e fiquei até sem saber quem eu consolava primeiro... Felizmente a química entre eles é muito boa, e as coisas só melhoraram nos dias seguintes.

Sim, nos dias. Porque as noites, nessas primeiras semanas, foram horríveis, com Luca acordando de duas em duas horas, querendo a mãe e nada mais. Tem hora que nem mamar ele quer. E se é o Edu quem vai, ele fica tão bravo, que depois fica ainda mais difícil fazê-lo dormir... Mas tem hora que eu não aguento, e é ele quem vai, não importa o que vem depois.

Apesar do cansaço e do desejo de poder dormir uma noite inteira novamente – 6 horas estaria pra lá de bom -, o mais importante é que ele fique bem com todas essas mudanças. Estaria mentindo se dissesse que tudo isso não mexeu com meus instintos mais profundos, me fazendo perguntar se estou fazendo a coisa certa deixando-o aos cuidados de outros ainda tão pequeno. Voltar ao trabalho está sendo ótimo, sinto-me num momento extremamente produtivo e favorável do ponto de vista profissional. Mas é claro que a felicidade dele está em primeiro lugar, e os primeiros dias longe dele têm suscitado nada mais do que dúvidas sobre minhas escolhas.


Felizmente, os dias que se seguiram trouxeram melhores perspectivas e ele parece ter entendido que a mãe vai, mas volta. As noites melhoraram um pouco, e ele até aceita, de vez em quando, ser ninado pelo Edu quando acorda de madrugada. Na semana que passou com a avó paterna, a maior surpresa: consegui passar o dia inteiro fora (antes estava indo almoçar em casa todo dia), e eles dois se deram super bem; até o padrão de alimentação de mininu se alterou, e ele se revelou um belo comilão. Já deu pra entender que ele tem suas preferências (peitinho!), mas que não se aperta na hora de fome... Sabido esse gordito...

Na metade do mês, algo com que eu não contava que fosse acontecer, aconteceu: anteciparam o período de adaptação dele na creche, previsto para a segunda semana de fevereiro. Assim, fechamos o mês já frequentando esse novo espaço e, para minha grata surpresa, Luca está indo muito bem, obrigado. Circula com desenvoltura pela sala, fez amizade com as educadoras logo no primeiro dia (o fato delas terem se apaixonado por ele eu acho que ajudou bastante...) e não chorou nenhuma vez... Nossa esperança – minha e de Edu – é que com a nova rotina se estabelecendo, ele passe a dormir melhor... e nos deixe dormir também.

Para além dessa grande mudança na vida de nosso personagem, Boluca experimentou grandes avanços: ele, que já ficava em pé se apoiando em qualquer coisa que visse pela frente, tem feito progressos promissores na conquista de equilíbrio sobre duas pernas. Parece difícil acreditar que um guri, no seu oitavo mês de vida, consiga se equilibrar sozinho, mas é a mais pura verdade.

Sentado em seu cantinho, ele apóia as mãos no chão, eleva o quadril e, na sequencia, o tronco. De pé, com as pernas afastadas, fica olhando algo ao seu redor para abaixar e pegar. Se não consegue, cai de bunda e logo começa tudo de novo. Se consegue, ah, é um grito de alegria que ele solta! Sabe que está progredindo e adora essa nova mobilidade, ampliando cada vez mais seu raio de explorador. Já consegue chegar no meio da cozinha sozinho, engatinha até embaixo da mesa, e em direção aos quartos e banheiro. A cozinha, ambiente pra lá de perigoso pra crianças, já foi palco de algumas quedas mais fortes. Mas nada que tenha deixado machucados, só o susto mesmo.

Mas por essas e outras que já estamos na contagem regressiva para tomar a decisão de por ou não um daqueles cercadinhos na porta da cozinha, de longe o ambiente que oferece mais perigo para ele... E, por mais que lhe apresentemos brinquedos coloridos, bonitinhos, educativos e estimulantes, ele continua preferindo controles remotos, telefones, computadores – e seus fios... Mas esses são os brinquedos proibidos, que ele nem chega a sentir o gosto. E, apesar das inúmeras tentativas de dar o bote, não reclama. Acho que já entendeu...

Agora, se acabamos com sua farra sobre duas pernas(porque ele está apoiado em algum lugar que, se perder o equilíbrio, vai se machucar), ele, do alto de seus 70 cm e 10 kg, logo começa sua performance: gritos de protesto, o corpo arqueado pra trás, recusa-se a sentar ou mesmo ficar no colo. Quer ficar de pé, escalar os móveis, lamber as paredes e as dobradiças das portas. O protesto também vale para quando temos que deitá-lo no trocador para trocar a fralda – quem acompanha essa saga sabe que isso vem de outros carnavais – ou então depois do banho. A tática é ter sempre um brinquedinho à mão para distrai-lo ou uma musiquinha com sons engraçados, coisas que costumam funcionar. A questão é não ficar parado.

A comilança também continua de vento em popa. Cada dia mais variada, embora às vezes eu ache que ele come pouco. Deve ser coisa de mãe isso, porque peso ele está ganhando... Procuro me manter  firme no entendimento de que até os dois anos, estamos falando em introdução alimentar. E, ademais, como não pretendo desmamá-lo antes que ele complete um ano, não há muito com o que se preocupar. Minha produção de leite se ajustou rapidamente na volta ao trabalho. Nada de vazamento, nada de seios inchados e doloridos. Na medida certa para o meu filhote e suas necessidades.

Seu repertório de nenezês continua aumentando em progressões geométricas. O mais bacana disso – os céticos vão achar que é corujice pura – é que às vezes dá pra entender as associações que ele quer fazer com os sons que emite. Ele parece entender quando estamos conversando com ele sobre um assunto qualquer e balbucia algo que sinaliza que está prestando atenção na conversa. Varia cada vez mais as sílabas que pronuncia, e segue imitando os sons que fazemos pra ele com a boca. Desconfio que ele já entendeu algumas coisas que não pode fazer, menos pelo “não” e mais pelo tom de voz que utilizamos. Por que eu acho isso? Porque tem horas que eu simplesmente tenho certeza que ele está se fazendo de desentendido quando eu chamo...

Luca já entendeu que a gente gosta de brincar com ele, e ele também curte, e chama a gente pra farra. Sabe pedir colo (é só se jogar em direção a pessoa desejada) e sabe que é beijado. Aí, de vez em quando aproxima a boca do nosso rosto pra fazer algo parecido, que ele não sabe muito bem o que... mas que é legal e ele quer fazer também. E aí, se prepara, porque lá vem baba...

Falando em baba, nada de dentes ainda. Com dois meses todo mundo que olhava pra ele dizia que ele babava e coçava a gengiva porque lá vinha dente. Bobagem pura. Ele fazia essas coisas porque isso coisas de neném fazer, oras... Agora a baba diminuiu, mas de vez em quando eu pego ele coçando a gengiva com a língua, muito engraçado... Mas nada de febre, irritação, diarreia, entre outros sintomas que ouço dos pais com filhos “dentados”... Então, ainda estamos para conferir aquela boquinha cheia de língua e gengiva ganhar uns toquinhos brancos em forma de mentex...

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